Entre leituras e leituras equivocadas, se antes era possível sonhar que a alteração dos modelos de organização escolar poderiam reverter processos de exclusão e deficts de aprendizagem, hoje, compreendo que tais interveções não somente, não são suficientes, como também se não forem seriamente levadas adiante num processo de amadurecimento, reformulações e aperfeiçoamento, adicionados elementos como: uma política de valorização da categoria docente com salários dignos e efetivas condições concretas e objetivas de trabalho escolar; respeito por parte das secretarias de educação aos projetos pedagógicos escolares e à autonomia pedagógica dos professores e professoras; investimento da capacitação docente e administrativa dos profissionais da educação; subsídio à formação cultural dos estudantes; entre outras questões.
Não é exatamente a organização escolar em ciclos de formação que produz o caos do analfabetismo entre crianças e adolescentes. É preciso ampliar o espectro dessa análise.
Procuremos saber quais são as reais e objetivas condições de trabalho, salário, estudo e planejamento, formação continuada dos professores; as condições de existência ou não das bibliotecas, laboratórios, quadras poli-esportivas, antes de acusar o modelo de organização. Não faço uma defesa cega da organização em ciclos, mas na seriação, as crianças e os adolescentes também não aprendiam, e ao contrário de agora, não era aprovados sem saber: apenas reprovavam anos e anos seguidos. Ao fim, tudo é mal.
É preciso, radicalmente refletir sobre os processos sociais de formação humana. A escola é apenas um deles!!!
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