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Nova etapa da crise na Espanha: disciplinar trabalhadores, debilitar sindicatos
A Espanha tem um governo socialista, fustigado por uma direita política muito agressiva, que o fez buscar apoio para a governança em mecanismos de diálogo social e em uma firme defesa de estruturas institucionais de regulação do trabalho. Estas estruturas resistiam às exigências de barateamento das demissões e de suas efetivação sem justa causa. No entanto, a pressão dos mercados financeiros foi gerando uma mudança radical na agenda do governo espanhol que, aos poucos, escorou-se sobre perspectivas neoliberais, como o fundamentalismo monetarista europeu. A análise é de Antonio Baylos.
Artigo publicado originalmente no Sul 21
A nova etapa da crise que começou em março de 2010, com a chamada “crise grega”, gerou uma ofensiva de reformas nos estados-nação europeus. A partir de princípios comuns, adotou-se a redução dos gastos públicos e do número de funcionários públicos, além de reformas no sistema de pensões. Mais ainda, nesses principios está a possibilidade de revisão nos modelos legais de regulação do trabalho, para degradar as garantias de emprego. Seria revisado o custo e a motivação das demissões, ao mesmo tempo em que se rompe a força vinculante dos convênios coletivos setoriais a partir de uma não aplicação dos mesmos nas empresas.
As reformas gregas inauguraram esta via, seguida também por Portugal, Itália e Alemanha, com algumas correções no que diz respeito a uma certa invenção sobre o incremento de receita, pela ampliação de diferentes impostos. As reformas anunciam-se pesadas no Reino Unido e na Holanda, em função da mudança de orientação política nestes países. Na Holanda, a coalizão levou o governo para a ultra-direita, mas possivelmente o exemplo mais emblemático seja o da Espanha. Isto porque o país tem um governo socialista, fustigado por uma direita política muito agressiva, que o fez buscar apoio para a governança em mecanismos de diálogo social e em uma firme defesa de estruturas institucionais de regulação do trabalho. Estas estruturas resistiam às exigências de barateamento das demissões e de suas efetivação sem justa causa. No entanto, a pressão dos mercados financeiros foi gerando uma mudança radical na agenda do governo espanhol que, aos poucos, mas decididamente, escorou-se sobre perspectivas neoliberais, como o fundamentalismo monetarista europeu.
A nova etapa da crise que começou em março de 2010, com a chamada “crise grega”, gerou uma ofensiva de reformas nos estados-nação europeus. A partir de princípios comuns, adotou-se a redução dos gastos públicos e do número de funcionários públicos, além de reformas no sistema de pensões. Mais ainda, nesses principios está a possibilidade de revisão nos modelos legais de regulação do trabalho, para degradar as garantias de emprego. Seria revisado o custo e a motivação das demissões, ao mesmo tempo em que se rompe a força vinculante dos convênios coletivos setoriais a partir de uma não aplicação dos mesmos nas empresas.
As reformas gregas inauguraram esta via, seguida também por Portugal, Itália e Alemanha, com algumas correções no que diz respeito a uma certa invenção sobre o incremento de receita, pela ampliação de diferentes impostos. As reformas anunciam-se pesadas no Reino Unido e na Holanda, em função da mudança de orientação política nestes países. Na Holanda, a coalizão levou o governo para a ultra-direita, mas possivelmente o exemplo mais emblemático seja o da Espanha. Isto porque o país tem um governo socialista, fustigado por uma direita política muito agressiva, que o fez buscar apoio para a governança em mecanismos de diálogo social e em uma firme defesa de estruturas institucionais de regulação do trabalho. Estas estruturas resistiam às exigências de barateamento das demissões e de suas efetivação sem justa causa. No entanto, a pressão dos mercados financeiros foi gerando uma mudança radical na agenda do governo espanhol que, aos poucos, mas decididamente, escorou-se sobre perspectivas neoliberais, como o fundamentalismo monetarista europeu.
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