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terça-feira, 16 de março de 2010

... apesar de Wall Street, México e a Grécia sinalizarem o caos...

A falácia da composição e o paradoxo do arrocho fiscal na política econômica

A Letônia mostra toda a miséria que a instituição de restrições politicamente auto-impostas traz para a ação pública. O governo letão abandonou os instrumentos de política pública que poderiam melhorar a vida dos seus cidadãos. Os líderes políticos ataram seus pés e mãos, a fim de que os mercados pudessem conseguir seus milagrosos ajustes espontâneos. Fixaram seu tipo de câmbio, estão cortando furiosamente seu gasto público e a economia segue se deteriorando. Algo parecido está ocorrendo na Grécia. Estes países estão experimentando o que a Argentina descobriu na crise de 2001-2002: o paradoxo do arrocho público. O artigo é de Marshall Auerback e Rob Parenteau.

Se vocês querem ver realmente as consequências reais da teoria econômica dura, da teoria econômica, esqueçam a Grécia e dirijam o olhar para a Letônia. A queda de 25,5% do seu PIB nos últimos dois anos – só no último ano, de 20% - já é o pior registro bianual da história. O país há pouco mostrou uma queda de 12% nos salários anuais no quarto semestre de 2009 em em relação ao mesmo período de 2008. O FMI prevê outros 4% de queda para este ano e prognostica que a perda total do PIB, do ponto máximo até o fundo do poço chegará a 30%. Para situar tudo isso num contexto mais amplo, a magnitude dessa perda de produto na Letônia é superior à registrada nos EUA na crise de 1929-30, na Grande Depressão.

A teoria econômica acadêmica dominante insiste que o caminho para o pleno emprego passa por salários mais baixos. Se se quer vender mais produtos do trabalho, reparta-se o seu preço, quer dizer, os salários. Trata-se de um argumento que incorre na clássica falácia de composição [tomar a parte pelo todo]. O que pode valer para uma empresa não é provável que valha para todas. Os cortes salariais repercutem no consumo, resultando simplesmente na destruição da capacidade agregada de gasto, a menos que a demanda evaporada se reconstitua por outras vias. Para ler o artigo na íntegra clique aqui

Marshall Auerback, é analista econômico e membro conselheiro do Instituto Franklin e Eleanor Roosevelt, onde colabora com o projeto de política alternativa new deal 2.0 (www.newdeal20.org). Rob Parenteau é o proprietário do MacroStrategy Edge. Editor do Richebacher Letter, é pesquisador do Levy Economics Institute. 


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